quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Li, gostei e recomendo #039 >>> Crônicas e Poesias do Meu Amor - Rev. Ludgero M. Moraes

Crônicas e Poesias ao Meu Amor - Rev. Ludgero M. Moraes, livro de Josenira Bonilha Moraes, Abba Press, 2012.

Li esse livro com muito gosto. A autora é uma amiga que conheci recentemente, mas alguém cuja família logo nos recebeu com um sincero amor cristão quando passamos a congregar em nossa nova igreja em Barão Geraldo, Campinas. Nesse livro, Josenira nos conta sobre a vida de seu marido, cujo ministério cristão, acompanhado linha a linha das crônicas e poesias, testifica como o serviço de um Filho de Deus atende a vontade do nosso Pai de que sejam feitos discípulos em todas as nações, segunda a Sua infinita graça. 

Assim, aqui e ali, deparamo-nos com narrativas como esta:

"... Durante um bom tempo, talvez uns seis meses, a luta foi grande, barreiras intransponíveis a começar dos irmãos ali existentes, que estavam desacostumados do convívio com a igreja.  O campo em torno da cidade era muito grande e para visitá-los o Ludgero necessitava percorrer de ônibus e num espaço de mais ou menos 15 dias. O campo era quase todo em zona rural, lugares perigosos, mas era nesses lugares que o pastor recebia estímulo e incentivo para não desanimar, porque na cidade a indiferença era desanimadora.

Cada vez que morria um crente, começava uma luta terrível. Os portões do cemitério eram fechados e a autoridade era o padre e só ele tinha poder para resolver. Os corpos dos crentes eram enterrados fora do local chamado "sagrado". Dentro do cemitério eram enterrados só os católicos batizados.

Ficamos em Ponte Nova durante 6 anos e quando de lá saímos o Ludgero deixou uma igreja construída, com casa e 58 membros na sede. Nesse lugar o Ludgero teve todos os tipos de provas, mas Deus lhe deu grandes vitórias."

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Li, gostei e recomendo #038 >>> Imago Dei: Antropologia Reformada


Paulo Anglada, pastor, professor e teólogo, publicou recentemente um livro que trata da doutrina bíblica concernente ao ser humano. Leitura indispensável para aqueles que buscam alicerces firmes do ensino cristão para conhecerem a si mesmo e às demais pessoas, de forma que possam ser bençãos como indicado "na ordem e promessa de Deus a Abraão, por ocasião de seu chamado e  omissão: Sê tu uma benção... em ti serão benditas todas as famílias da terra. (Gênesis 12:2-3)".

Bem, transcrevo aqui mais alguns trechos preciosos desse livro:


"Existem hoje menos conflitos sociais do que no passado? Há menos guerras, mais entendimento, mais compreensão? Será que a conduta e os relacionamentos humanos, de fato, evoluíram? Penso que uma breve leitura dos jornais responde essas perguntas. As pessoas não se entendem, as nações se destroem, as famílias se desfazem, as escolas são depredadas, os homens se matam, as instituições humanas em geral encontram-se desacreditadas. Na qualidade de um ser moral e espiritual, o homem, distante do seu Criador, é um fracasso...

... Segundo a revelação bíblica, a causa de tudo isso está na queda da raça humana em Adão, em razão da natureza humana depravada decorrente da desobediência dos primeiros pais. O mundo é o que é hoje porque o homem trocou a verdade de Deus em mentira; porque ele se rebelou contra o conhecimento de Deus... nações guerreiam, ... governantes se corrompem... filhos desobedecem aos pais e pais desprezam e abandonam seus filho... mulheres se prostituem e cônjuges adulteram...

... As pessoas não somente se comportam dessa maneira, mas também aprovam os que assim procedem, como lemos no capítulo primeiro da carta de Paulo aos Romanos...

... O crente tem a imagem de Deus funcional social restaurada estando no mundo, mas não sendo do mundo. No seu relacionamento social, o crente não deve se separar ou fugir do mundo, nem confundir-se ou moldar-se a ele. Ele deve ser o sal da terra, a luz do mundo e o fermento da sociedade, purificando, iluminando e influindo em todas as áreas da vida, sem se deixar contaminar...

... A Bíblia oferece diagnóstico preciso e respostas profundas para os problemas do homem, do mundo e do meio-ambiente. Ela vai à raiz dos problemas e proporciona respostas verdadeiras e definitivas. À parte da Bíblia, o diagnóstico humano é superficial e as soluções não passam de paliativos desequilibrados. A solução real e final é soteriológica e escatológica: a redenção do homem e os novos céus e nova terra." 

(Imago Dei: Antropologia Reformada, livro de Paulo Anglada, Knox Publicações, 2013)

sábado, 7 de dezembro de 2013

Li, gostei e recomendo #037 >>> O Problema do Sofrimento, um livro de C. S. Lewis

C. S. Lewis apresenta de modo sábio a questão do sofrimento na vida humana, e mesmo na vida dos animais, por meio de uma cosmovisão cristã, abordando até mesmo o desafiador tema para as mentes modernas sobre o céu e o inferno, e algumas vezes até tropeçando na exposição de algumas doutrinas. No entanto, o livro é muito rico e é um daqueles escritos do brilhante pensador, do qual muitas citações são tiradas e popularizadas no meio cristão.

Segue alguns trechos dessa pérola:

"Todos já observaram como é difícil pensar em Deus quando tudo está indo bem. "Temos tudo o que queremos" é uma frase terrível quando o "tudo" não O inclui. Como diz Agostinho em algum lugar: "Deus quer nos dar algo, mas não pode, porque nossas mãos estão cheias - não há lugar algum onde Ele possa colocá-lo". Ou como disse um amigo meu: "Pensamos em Deus como um piloto pensa em seu paraquedas: ele está lá para emergências, mas o piloto espera que nunca tenha que usá-lo". Ora, Deus, que nos criou, sabe o que somos e que nossa felicidade repousa nele, contudo não a buscaremos nele enquanto Ele nos deixar qualquer outro recurso em que ela possa ser procurada de maneira plausível...

... O sofrimento, no entanto, insiste em que lhe dê atenção. Deus nos sussurra em nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas brada em nosso sofrimento: o sofrimento é o megafone de Deus para despertar um mundo surdo...

... Os que com mais desdém repudiariam o Cristianismo por considerá-lo o simples "ópio do povo" têm certo desprezo pelos ricos, ou seja, por toda a humanidade à exceção dos pobres. Eles consideram os pobres as únicas pessoas dignas de serem preservadas da "liquidação"e neles depositam a única esperança da raça humana. Isso, porém, não é compatível com a crença de que os efeitos da pobreza nos que a sofrem são de todo maléficos e até mesmo implica que eles são bons. O marxista, assim, vê-se em concordância com o cristão naquelas duas crenças que o Cristianismo paradoxalmente exige: a de que a pobreza é abençoada e a de que, no entanto, deve ser eliminada...

... O Cristianismo é em si um dos fatos mais incômodos que tem de ser adequado em qualquer sistema que venhamos a criar. Em certo sentido, ele cria, em vez de desenvolver, o problema do sofrimento, pois este não seria um problema se, aliado à nossa experiência diária neste mundo de dor, não tivéssemos recebido o que julgamos ser uma boa certeza de que a realidade última é justa e amorosa."

O Problema do Sofrimento, livro de C. S. Lewis, Editora Vida, 2009.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Reflexões #002 >>> Uma leitura da "nova história do tempo"


Minha leitura do interessante livro "Uma nova história do tempo, de Stephen Hawking e Leonard Mlodinow"
por Ricardo de O. Figueiredo, Maio de 2013

Nesse livro os autores pensando sobre o universo levantam perguntas tais como: De onde veio o universo? Para onde está indo? Qual a natureza do tempo?  Com vários argumentos com base nos recentes avanços da Física até os nossos dias, os autores sugerem respostas a estas perguntas.

Stephen Hawking é um cientista muito conceituado, sendo doutor em cosmologia e um dos mais consagrados físicos teóricos do mundo. Junto, com o co-autor Leonard Mlodinow, também catedrático em Física, diz que "hoje, estamos mais perto que nunca de entender a natureza do universo".

Bem, diante disso nossa expectativa é a de sabermos quais as certezas e pistas que temos acerca dessas questões sobre a origem de todas as coisas que nos cercam, já que é um livro destinado a leigos em Física. Certo?

Mas ao longo da leitura nos deparamos com várias dúvidas. Vamos refletir sobre algumas então.

É interessante ver que os autores reconhecem que em algum dia as respostas que hoje temos poderão parecer tão óbvias para nós quanto a Terra orbitando o Sol, ou, quem sabe, tão ridículas quanto a teoria de uma torre infinita de tartarugas que sustentam uma Terra plana. Então, cabe a pergunta: Por que nos apoiarmos tanto nessas respostas, se estas podem não ter absolutamente nada a ver com a realidade? Por que ridicularizar aqueles que não conhecem ou discordam dessas teorias?

Hawking e Mlodinow, após discorrerem brevemente sobre o conhecimento dos gregos antigos em relação a representação do universo, e em seguida sobre os pensamentos de Copérnico, Kepler e Galileu, nos conduzem até os tempos de Newton quando este afirmava que suas leis eram aplicáveis a tudo no universo: de uma maçã em queda às estrelas e planetas.  Foi o princípio da física e da astronomia modernas, quando em sua teoria da gravidade em um simples modelo, Newton prevê os movimentos do Sol, da Lua e dos Planetas com um alto grau de precisão.

Os autores honestamente alertam: "Qualquer teoria física é sempre provisória, no sentido de ser apenas uma hipótese: nunca é possível prová-la". Você sabia disso? Quando você é questionado por materialistas que você não pode provar a existência de Deus, não lhe parece que por trás disso está a insinuação de que teorias científicas, ao contrário, apresentam provas incontestáveis de suas premissas?

Pois bem, como dizem os autores, "você pode desacreditar uma teoria encontrando uma única observação que seja discordante de suas previsões". Faça uma observação científica discordante de determinada teoria, e esta teoria deverá ser abandonada ou modificada. É por isso, que muitas teorias sofrem constantes modificações ao longo da história da ciência, principalmente se os cientistas que a proclamam não querem abandoná-las. Se a teoria não é boa, sofrerá inúmeras modificações com o tempo. Isso pode ser um termômetro para distinguir entre teorias boas e ruins. Fique atento!

Ponto central na discussão apresentada nesse livro é de que o objetivo final da ciência é oferecer uma teoria unificada que descreva o universo inteiro. Mas na verdade, esse problema em geral é dividido em duas partes: 1) Leis que informam como o universo se altera com o tempo; 2) O estado inicial do universo.

Os conceituados cientistas, no entanto, reconhecem que é muito difícil inventar uma teoria que descreva o universo de uma só vez.  Aqui se reconhece a imensidão do desafio de descrever-se um universo extremamente imenso e complexo, e a limitação do conhecimento humano. Não lhe parece que a impressão que fica nas notícias sobre a ampliação do conhecimento científico é a de que tem-se conhecimento firme e profundo de muitas coisas relacionadas ao início e funcionamento do universo? Como você pode ver, a coisa não é bem assim...

Para solução do problema de se ter um teoria única para o universo surge a estratégia de decompo-la em partes, e assim inventam-se teorias parciais.  É o que nos diz os autores. Assim sendo, somos informados de que hoje os cientistas descrevem o universo em termos de duas teorias básicas - a teoria da relatividade geral e a mecânica quântica. Estarão essas teorias tão desenvolvidas quanto nos parece, dado as informações que acessamos nas nossas mídias do Século XXI?

Pois bem, saiba que os autores nos informam que essas duas teorias são incompatíveis! Por isso busca-se uma nova teoria que compatibilize as duas: a teoria quântica da gravidade. E ainda estamos engatinhando nessa teoria.

Diante da grave crise ambiental que hoje vivemos, assim como a possibilidade de imensos acidentes cósmicos a que estamos sujeitos, os autores não apontam qualquer esperança, mas apenas dizem: "É bem possível que nossas descobertas científicas destruam a todos nós, e mesmo que não o façam, uma teoria unificada completa poderá não fazer grande diferença para as nossas chances de sobrevivência". Pergunto eu: Será que é por isso que a humanidade busca salvação nas religiões? Pois a ciência parece não ter qualquer possibilidade de oferecer tal coisa.

Nesse ponto, os autores reconhecem o ponto nevrálgico de toda a questão abordada: "Ansiamos por uma compreensão da ordem subjacente no mundo. Almejamos saber porque estamos aqui e de onde viemos".  Então pergunto: Por que buscar tais respostas em fonte que não a possui, e não em fonte externa a esse mundo natural / físico? O que estaria errado nisso, já que a ciência conhece seus limites nessa questão?  Por que em nome da ciência a postura por uma resposta metafísica é tão depreciada? Seria uma intolerância materialista?

Penso, que a ciência tem promovido inúmeros benefícios reais para a humanidade. No entanto, as  benesses palpáveis não ficaram na teoria. Por exemplo, remédios e vacinas que hoje beneficiam a nossa saúde são amplamente recomendados apenas após o benefício de seu uso ter sido comprovado pela experiência prática curando ou aliviando doenças, e não apenas porque teoricamente deveriam faze-lo.  As teorias científicas por trás desses medicamentos estão assim comprovadas. Mas na área do conhecimento da origem e propósito da existência do universo e todas as coisas tal comprovação é apoiada apenas por uma "outra teoria" ou pressuposição. Hoje admite-se, em geral, apenas a pressuposição de que não existe Deus, e a partir dessa teoria constroem-se outras.

Outrora, como os próprios autores descrevem, o cientista admitia respostas em Deus.  Por exemplo: Newton se preocupou bastante com a falta de um "espaço absoluto",  porque isso não estava de acordo com sua idéia de um Deus absoluto. Hoje em dia, no entanto, considerar a possibilidade de Deus em nossas concepções sobre o universo são "malditas" em grande parte do mundo científico. Seria uma intolerância materialista?

A teoria da relatividade, concebida por Einstein, surge para sustentar a ideia de que o tempo e o espaço não são independentes e nem estão inteiramente separados, mas combinados, formando o objeto espaço-tempo. Isso me faz refletir sobre o quanto a realidade é bem mais complexa do que nossos sentidos naturais nos permitem experimentar. Existem mistérios no ar, na vida, na existência, no universo. Veja que a relatividade levou anos para se tornar universalmente aceita pelos físicos.

Nessa nova perspectiva de universo, e seus processos associados, encontram-se hoje os cientistas. Dessa maneira, dizem os autores, "a velha ideia de um universo essencialmente inalterado que poderia ter existido desde sempre, e que poderia continuar a existir para sempre, foi substituída pela noção de um universo dinâmico, em expansão,  que parecia ter começado há um tempo finito e que poderia terminar num tempo finito futuro".  Opa, a idéia de um princípio e fim do universo é agora balizada por conclusões da ciência!

Por vezes, os autores do livro falam de suas crenças. Sim, crenças. É o que vemos em trechos como: "NÃO TEMOS EVIDÊNCIA CIENTÍFICA alguma a favor ou contra essa segunda premissa. Séculos atrás, a Igreja teria considerado a premissa (de Friedmann) uma heresia, já que a doutrina da Igreja declarava que realmente ocupamos um lugar especial no centro do universo. Hoje, porém, ACREDITAMOS na premissa de Friedmann por uma razão quase oposta, uma espécie de modéstia: TEMOS A IMPRESSÃO DE QUE SERIA MUITO ESTRANHO se o universo parecesse o mesmo em todas as direções ao nosso redor, mas não ao redor de outros pontos do universo."

Gostaria de entender esta "espécie de modéstia" desses colegas cientistas. Estes entendem por modéstia, desprezar a possibilidade de um Deus criador ter-nos dado um lugar especial em todo o universo, e considerar-se como seres que atingiram um grau de evolução que hoje os capacita a entenderem plenamente a razão de tudo o que existe independente de qualquer ser superior.  A verdadeira humildade é assim acobertada, que lástima!  Não estou aqui dizendo que o nosso planeta seja o centro de todo o universo, mas apenas reconhecendo que se alguém pensa que Deus teve um propósito especial em nos criar e colocar em determinado ponto do universo, isso é uma posição de reconhecer a grandeza de alguém infinitamente maior, ou seja, um sentimento de humildade verdadeira.

Veja também que no trecho analisado, emoções são apontadas como fundamentos para embasamento de pressuposições, que "na teoria", deveriam ser isentas de sentimentos. Sim, os autores "tem a impressão de que seria muito estranho se...". Bem, o que parece é que quando não há evidência científica fica valendo a crença e a impressão. Ai, ai, ai... Aqui os grandes sábios tropeçam feio.

Mas existem grandes avanços tecnológicos, como citam os autores, que tem permitido que se observe e aprenda rapidamente novos e surpreendentes fatos sobre o universo. Estou plenamente de acordo!

Porém, quando passa-se do observável para o especulativo tenho sérias dificuldades para encontrar evidências e embasamento racional. Pois vejam que os autores se aventuram e afirmam categoricamente que: "O universo continuará a se expandir numa taxa sempre crescente. O tempo continuará para sempre pelo menos para aqueles prudentes o bastante para não cairem num buraco negro".  Na minha modéstia poderia dizer que isso me soa mais como profecia mística.  Mas posso estar errado, caro leitor.  Quem sabe esta não é também  uma teoria equivocada a ser contestada por um novo modelo científico do universo que será defendido por uma nova teoria alternativa? Portanto, sugeriria aos colegas cientistas que não fossem tão pretensiosos nesse tipo de afirmação.

O tema tratado é bem ousado. Outras perguntas são postas pelos autores: "E quanto aos tempos muito primitivos? Como o universo começou e o que o colocou em expansão?"

Dentre as teorias da cosmologia a mais popular e aceita hoje é o Big Bang. Aqui os autores baixam a bola sabiamente e dizem: "... se conhecêssemos apenas o que aconteceu desde o Big Bang, não poderíamos determinar o que aconteceu antes... questões como quem armou as condições para o Big Bang não são questões abordadas pela ciência". Que bom, assim os autores reconhecem que existe algo a ser compreendido e entendido que está além da ciência. Seria o conhecimento de Deus revelado de alguma maneira aos seres humanos? Fica a pergunta.

Pois é, os autores chegam a explicitar tal coisa quando dizem: "Seria muito difícil explicar porque o universo deveria ter começado exatamente dessa maneira (Big Bang), exceto como um ato de um Deus que pretendia criar seres como nós".  Mas porque será que tal conjectura desses renomados cientistas não alcançam a mesma divulgação que outras conjecturas e teorias proclamadas pelos mesmos?

No frigir dos ovos, Hawking e o co-autor, resumem que: "O século XX viu transformada a visão de mundo do homem: percebemos a insignificância do nosso próprio planeta na vastidão do universo e descobrimos que o tempo e o espaço são curvos e inseparáveis, que o universo estava se expandindo e que teve um começo no tempo".  Não é interessante que tal constatação imensidão do cosmos não tenha feito a humanidade aproximar-se ainda mais da visão de mundo judaico-cristã de que há um Deus todo poderoso, criador de céus e terra, que determinou um genêse de tudo que existe, e que diz que "tudo o que é, já foi, e tudo o que vem, também já foi"?

Mas como a relatividade geral é uma teoria incompleta e a mecânica quântica também é uma teoria parcial, os autores revelam que há uma ESPERANÇA na ciência de obter-se uma compreensão total do universo do início ao fim, que surge da combinação dessas duas teorias parciais em uma única teoria quântica da gravidade, uma teoria na qual as leis comuns da ciência são válidas em qualquer lugar, inclusive no início do tempo, sem a necessidade de singularidades, isto é, quando um ponto onde a teoria falha e torna-se necessário predizer-se condições diferentes para ele. 

Não sei se nossos físicos chegarão a esta teoria unificada de universo, e que esta corresponda a realidade das coisas e possa nunca ser refutada, mas pode-se pensar que essa ESPERANÇA tem um certo ar metafísico.  O mesmo ar "religioso" olhado com desdém por muitos cientistas.

No entanto, os autores insistem que utilizam a "navalha de Occam", extirpando das teorias todas as suas características que não possam ser observadas. Mas pelo que já comentado acima parece que nem sempre tal navalha é manuseada.

É interessante pontuarmos aqui o comentário dos autores sobre Einstein e a questão da casualidade. A mecânica quântica, desenvolvida por ele, introduz a aleatoriedade nos modelos científicos, no entanto, Einstein discordava disso veementemente. Sua frase "Deus não joga dados" foi dita neste contexto. Ele nunca aceitou que o universo fosse governado pela casualidade. Então, pergunto de novo: Encontramos o eco dessas palavras quando toma-se a mecânica quântica para explicar o universo?

Lendo esse livro acabo por concluir que o grande desejo do cientista ateu é a vitória de uma teoria que descreva o universo como "inteiramente autocontido e não afetado por nada fora dele, que assim não seria criado nem destruído, mas apenas SERIA". Como dizem os autores, isso dispensaria a necessidade de um criador.

Em dado momento, os autores elucubram o poder "determinístico" de uma teoria unificada e completa. Eles dizem: "se realmente existir uma teoria completa da física que governa tudo, ela também presumivelmente governará as suas ações".  O que é isso? Escaparíamos do pensamento de que há um Deus que a tudo governa mas nos convida a escolher o bem, para sermos dominados por leis deterministas e frias? Que cilada para os que rejeitam preceitos  religiosos!

Fato é que os brilhantes autores desse livro, por fim, revelam coisas muito interessantes, a saber: "É extraordinário como o tamanho das cargas de elétrons e a razão entre as massas de próton e do elétron, por exemplo, parecem ter passado por um ajuste muito fino para possibilitar o desenvolvimento da vida. Se assim não fosse, ocorreria desequilíbrio da força eletromagnética e gravitacional nas estrelas, inviabilizando a vida".

Finalmente, os autores postulam três possibilidades para uma resposta acerca da representação do universo: "1) Existe uma teoria unificada completa, que um dia descobriremos; 2) Não existe uma teoria definitiva, mas uma sequência infinita de teorias, com precisão cada vez maior, mas nunca exatas; 3) Não existe uma teoria, tudo ocorre de forma aleatória e arbitrária".

Interessante é que a terceira possibilidade é descartada simplesmente porque haveria a necessidade de existir um Deus. Veja que não penso que "tudo ocorra de forma aleatória e arbitrária". Mas não podemos descartar a existência de Deus nem mesmo para as outras duas possibilidades, mas nelas Deus não seria essencial, por isso são mantidas como possíveis. Aqui constata-se que a pressuposição da existência de um Deus é necessariamente descartada nos tempos modernos, como dizem os autores. Pergunto: Por que uma pressuposição oposta (Não há Deus) não poderia ser descartada? Qual a razão disto? Existe honestidade de princípios nesta escolha? Eliminaria a possibilidade de chegar-se a um modelo de universo?

Penso que falta ressaltar na comunicação científica o que os autores em dado momento comentam: "Nunca poderíamos ter certeza absoluta de que descobrimos de fato a teoria correta, já que as teorias não podem ser demonstradas". O máximo que se pode almejar é que "uma confiança razoável" de que dada teoria é correta. Pergunto: E se tal confiança razoável apontasse para a necessidade de um Deus, caso a hipótese de sua existência fosse igualmente testada por método científico?

Veja que "ninguém pode resolver com exatidão as equações quânticas para um átomo que é formado por um núcleo e mais de um único elétron. Não somos sequer capazes de resolver com exatidão o movimento de três corpos numa teoria simples como a da gravitação de Newton", conforme nos diz Hawking.  Embora tal fato seja reconhecido pelos autores, as pretensões são bem elevadas. Os cientistas possuem uma meta que se resume na "compreensão total dos eventos que nos cercam e da nossa própria existência". E por fim, dizem que "se encontrarmos uma resposta... seria o triunfo último da razão humana - porque, então, conheceríamos a mente de Deus".

Aqui fica evidente a ignorância espiritual de grandes sábios e detentores do conhecimento científico. Se conhecermos a mente de um Deus, que seja realmente DEUS na essência máxima dessa palavra, é porque nos tornamos também deuses. Ou será que a formiguinha poderia entender nossos pensamentos, sentimentos e escolhas, sem se tornar um humano?

Trabalho em pesquisa científica no setor agrícola, que lida com o funcionamento dos ecossistemas em relação ao ciclo da água e dos nutrientes, visando entender e evitar as alterações antrópicas sobre esses processos naturais, portanto, dou grande valor ao conhecimento científico. Mas daí a meter o bedelho em questões que estão além do plano natural, acredito que há uma barreira intransponível. É o que penso!

Adicionalmente, para elevar intelectualmente a discussão pretendida, gostaria de repetir aqui algumas palavras de C.S.Lewis (1898-1963), conceituado escritor e intelectual irlandês, professor de renome da Universidade de Oxford e da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, que ainda em 1940 em seu livro "O problema do sofrimento", muito antenado com o progresso da ciência, comentou:  "... A ciência moderna está nos ensinando lentamente a suportar neste Universo voluntarioso sua natureza aparentemente arbitrária e idiossincrática onde a energia é constituída de partículas em quantidade que ninguém poderia prever, a velocidade não é ilimitada, a entropia irreversível confere ao tempo uma direção real e o cosmos, não mais estável mas cíclico, se desenrola como uma peça de teatro, tendo começo e fins reais. Se qualquer mensagem advinda do cerne da realidade um dia chegasse a nós, deveríamos esperar encontrar nela apenas aquela natureza inesperada, aquela sinuosidade obstinada e dramática que encontramos na fé cristã. Ela tem o toque de mestre - a experiência forte e viril da realidade que não foi criada por nós nem, de fato, para nós, mas que nos golpeia no rosto".

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Reflexões #001 >>> Sepultamento X Cremação


A importância e a prática do sepultamento entre os filhos de Deus e a tendência atual da cremação

por Ricardo Figueiredo – Janeiro de 2013

Ao tratar sobre o tema desse pequeno artigo, meu amigo e irmão Pr. Gustavo Barros fez um comentário que aqui reproduzo, como introdução aos meus comentários e estudos: “Com certeza nunca foi hábito dos cristãos queimar corpos. Apesar de não haver nenhum mandamento claro no Novo Testamento a respeito disso, há uma forte evidência bíblica e histórica contra a cremação, principalmente em vista das razões e ideologias desta.”

• O Período dos Patriarcas
A prática do sepultamento é generalizada nas diversas gerações dos patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó, assim como no tempos de Moisés e Josué na peregrinação para Canaã, a terra prometida. O cuidado com o sepultamento dos mortos é notório em todo esse período. Vejamos.

1) A promessa a Abraão, incluía ser sepultado em paz = Gênesis 15:15.
“Você, porém, irá em paz a seus antepassados e será sepultado em boa velhice.”

2) O sepultamento de Sara, esposa de Abraão, o Pai da fé = Gênesis 23:1-19.
“v.4 - Sou apenas um estrangeiro entre vocês. Cedam-me alguma propriedade para sepultura, para que eu tenha onde enterrar a minha mulher.”

3) O sepultamento de Abraão, o Pai da fé = Gênesis 25:7-10.
“Abraão viveu cento e setenta e cinco anos. Morreu em boa velhice, em idade bem avançada, e foi reunido aos seus antepassados. Seus filhos, Isaque e Ismael, o sepultaram na caverna de Macpela, perto de Manre, no campo de Efrom, filho de Zoar, o hitita, campo que Abraão comprara dos hititas. Foi ali que Abraão e Sara, sua mulher, foram sepultados.”

4) O sepultamento de Raquel, esposa de Isaque = Gênesis 35:19-20.
“v.20 - Sobre a sua sepultura Jacó levantou uma coluna, e até o dia de hoje aquela coluna marca o túmulo de Raquel.”

5) O sepultamento de Isaque, filho de Abraão = Gênesis 35:28-29.
“Isaque viveu cento e oitenta anos. Morreu em idade bem avançada e foi reunido aos seus antepassados. E seus filhos Esaú e Jacó o sepultaram.”

6) O sepultamento de Jacó, filho de Isaque = Gênesis 49:29-33.
“A seguir, Jacó deu-lhes estas instruções: Estou para ser reunido aos meus antepassados. Sepultem-me junto aos meus pais na caverna... de Macpela, ... em Canaã, campo que Abraão comprou... como propriedade para sepultura. Ali foram sepultados Abraão e Sara, sua mulher, e Isaque e Rebeca, sua mulher; ali também sepultei Lia... Ao acabar de dar essas instruções a seus filhos, Jacó deitou-se, expirou e foi reunido aos seus antepassados.”

7) O sepultamento de Arão, o primeiro sacerdote de Israel, irmão de Moisés = Deuteronômio 10:6.
“Os israelitas partiram dos poços dos jaacanitas e foram até Moserá. Ali Arão morreu e foi sepultado, e o seu filho Eleazar foi o seu sucessor como sacerdote.”

8) Moisés foi sepultado pelo próprio Senhor, as portas da terra prometida = Deuteronômio 34: 5-6.
“Moisés, o servo do Senhor, morreu ali, em Moabe, como o Senhor dissera. Ele o sepultou em Moabe, no vale que fica diante de Bete-Peor, mas até hoje ninguém sabe onde está localizado seu túmulo."

9) O sepultamento de Josué, que substituiu a Moisés e entrou com o povo na terra prometida = Josué 24:29-30
“Passado algum tempo, Josué, filho de Num, servo do Senhor, morreu... E o sepultaram na terra que tinha recebido por herança... nos montes de Efraim.  

10) Cuidado com os ossos de José, filho de Jacó, para ser sepultado junto aos demais parentes na terra prometida = Josué 24:32
“Os ossos de José, que os israelitas haviam trazido do Egito, foram enterrados em Siquém, no quinhão de terra que Jacó havia comprado dos filhos de Hamor, pai de Siquém... Aquele terreno tornou-se herança dos descendentes de José.

11) O sepultamento do sacerdote Eleazar, filho de Arão e sobrinho de Moisés = Josué 24:33
“ Sucedeu também que Eleazar, filho de Arão, morreu e foi sepultado em Gibeá, que fora dada a seu filho Finéias, nos montes de Efraim.”


• O Período dos Juizes
Com Israel, já na terra prometida, no período quando era governado por juízes, o cuidado com o sepultamento dos mortos é também notório. Vejamos.

1) O sepultamento de Gideão, juiz em Israel, que conduziu o povo a vitória contra os midianitas = Juizes 8:32.
“Gideão, filho de Joás, morreu em idade avançada e foi sepultado no túmulo de seu pai, Joás, em Ofra dos abiezritas.”

2) O sepultamento de Sansão, juiz em Israel, que conduziu o povo a vitória contra os filisteus = Juizes 16:28-31
“E Sansão orou ao ­Senhor: “Ó Soberano Senhor, lembra-te de mim! Ó Deus, eu te suplico, dá-me forças, mais uma vez... ” ... e o templo desabou sobre os líderes e sobre todo o povo que ali estava. Assim, na sua morte, Sansão matou mais homens do que em toda a sua vida. Foram, então, os seus irmãos e toda a família do seu pai para buscá-lo. Trouxeram-no e o sepultaram entre Zorá e Estaol, no túmulo de Manoá, seu pai. Sansão liderou Israel durante vinte anos.”

3) Resposta de Rute, a moabita, à sua sogra israelita Noemi. Uma gentia que entra na genealogia de Jesus = Rute 1:16-17
“ ... Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus!  Onde morreres morrerei, e ali serei sepultada.”

4) O sepultamento de Samuel = I Samuel 25:1
“Samuel morreu, e todo o Israel se reuniu e o pranteou; e o sepultaram onde tinha vivido, em Ramá.”


• O Período dos Reis
Durante todo o período que Israel tinha reis, esse costume de sepultar os mortos ganha tal destaque que a expressão “descansou com os seus antepassados e foi sepultado na Cidade de Davi” se repete muitas vezes nos relatos sobre as vidas dos diversos reis em Israel, que ganham local especial para seu sepultamento – a Cidade de Davi. Vejamos alguns relatos sobre esse período.

1) Mensagem do Rei Davi sobre o sepultamento do Rei Saul = II Samuel 2:4-7
“v. 4b e 5 - ... Informado de que os habitantes de Jabes-Gileade tinham sepultado Saul, Davi enviou-lhes mensageiros que lhes disseram: O Senhor os abençoe pelo seu ato de lealdade, dando sepultura a Saul, seu rei.”

2) Sepultamento do Rei Davi, linhagem real de Jesus = 1 Reis 2:10
“...Então Davi descansou com os seus antepassados e foi sepultado na Cidade de Davi.”

3) Sepultamento do Rei Salomão, assim como o de vários outros reis foi sepultado na Cidade de Davi = 1 Reis 11:41-43
“Os demais acontecimentos do reinado de Salomão, tudo o que fez e a sabedoria que teve, estão todos escritos nos registros históricos de Salomão. Salomão reinou quarenta anos em Jerusalém sobre todo o Israel.  Então descansou com os seus antepassados e foi sepultado na Cidade de Davi, seu pai.

4) O Rei Amazias foi trazido para ser sepultado junto aos seus antepassados, reis em Israel = 2 Reis 14:20
“Seu corpo foi trazido de volta a cavalo e sepultado em Jerusalém, junto aos seus antepassados, na Cidade de Davi.”

5) Sobre o sepultamento de Joiada, um sacerdote fiel a Deus, destaca-se que foi honrado sendo sepultado com os reis = 2 Crônicas 24:16
“Foi sepultado com os reis na Cidade de Davi, em atenção ao bem que havia feito em Israel em favor de Deus e do seu templo.”

6) Sepultamento do Rei Ezequias, que embora pecador e falho, realizou atos piedosos = 2 Crônicas 32:33
“Ezequias descansou com os seus antepassados e foi sepultado na colina onde estão os túmulos dos descendentes de Davi. Todo o Judá e o povo de Jerusalém prestaram-lhe homenagens por ocasião da sua morte.”

7) Houveram excessões na família do Rei Saul (mas podemos entender o fogo como expressão do juízo de Deus, como é argumentado em item adiante?). Os corpos de Saul e de seus filhos foram cremados e suas cinzas enterradas, mas isso devido ao fato de que esses tinham sido mutilados pelos Filisteus =
1 Samuel 31:8-13.
“No dia seguinte, quando os filisteus foram saquear os mortos, encontraram Saul e seus três filhos caídos no monte Gilboa. Cortaram a cabeça de Saul, pegaram suas armas, e enviaram mensageiros por toda a terra dos filisteus para proclamarem a notícia nos templos de seus ídolos e entre o seu povo. Expuseram as armas de Saul no templo de Astarote e penduraram seu corpo no muro de Bete-Seã. Quando os habitantes de Jabes-Gileade ficaram sabendo o que os filisteus tinham feito com Saul, os mais corajosos dentre eles foram durante a noite a Bete-Seã. Baixaram os corpos de Saul e de seus filhos do muro de Bete-Seã e os levaram para Jabes, onde os queimaram. Depois enterraram seus ossos debaixo de uma tamargueira em Jabes, e jejuaram durante sete dias.”


• O Período do Novo Testamento 
A partir da primeira vinda de Jesus Cristo, observa-se que a prática do sepultamento é continuada e aprovada por Ele. Vejamos alguns relatos do Novo Testamento.

1) O sepultamento de João Batista após ser decapitado por ordem de Herodes = Mateus 14:12
“Os discípulos de João vieram, levaram o seu corpo e o sepultaram. Depois foram contar isso a Jesus.”

2) Jesus louvou o preparo de seu corpo para seu sepultamento = Mateus 26:12
“Quando derramou este perfume sobre o meu corpo, ela o fez a fim de me preparar para o sepultamento.”

3) Jesus foi sepultado segundo o costume judaico = João 19:40
“Tomando o corpo de Jesus, os dois o envolveram em faixas de linho, com as especiarias, de acordo com os costumes judaicos de sepultamento.”

4) Pedro faz um paralelo entre as mortes e sepulcros de Davi e de Jesus, mencionando o descanso na sepultura, a apontando para a ressurreição de Cristo como nossa esperança = Atos 2:25-32
“A respeito dele, disse Davi: “Eu sempre via o Senhor diante de mim. Porque ele está à minha direita, não serei abalado. Por isso o meu coração está alegre e a minha língua exulta; o meu corpo também repousará em esperança, porque tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu Santo sofra decomposição. Tu me fizeste conhecer os caminhos da vida e me encherás de alegria na tua presença”. Irmãos, posso dizer-lhes com franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado, e o seu túmulo está entre nós até o dia de hoje. Mas ele era profeta e sabia que Deus lhe prometera sob juramento que colocaria um dos seus descendentes em seu trono. Prevendo isso, falou da ressurreição do Cristo, que não foi abandonado no sepulcro e cujo corpo não sofreu decomposição. Deus ressuscitou este Jesus, e todos nós somos testemunhas desse fato.”

5) Paulo acrescenta, em Atos 13:36 que “Tendo, pois, Davi servido ao propósito de Deus em sua geração, adormeceu, foi sepultado com os seus antepassados e seu corpo se decompôs. Mas aquele a quem Deus ressuscitou não sofreu decomposição.”

6) Ananias e Safira cheios de maldade no coração foram mortos por intervenção direta de Deus para ensino de seu povo, e foram sepultados = Atos 5:6-11
“... Então os moços vieram, envolveram seu corpo, levaram-no para fora e o sepultaram... Naquele mesmo instante, ela caiu morta aos pés dele. Então os moços entraram e, encontrando-a morta, levaram-na e a sepultaram ao lado de seu marido. E grande temor apoderou-se de toda a igreja...”

7) O sepultamento de Estêvão, o primeiro mártir cristão, é realizado por seus irmãos na fé = Atos 8:2
“Alguns homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram por causa dele grande lamentação.”


• A maldição de não ter sepultamento digno
A falta de sepultamento está entre as maldições relatadas nas Escrituras. Vejamos alguns exemplos.

1) Castigo para os falsos profetas = Jeremias 14:16
“E aqueles a quem estão profetizando serão jogados nas ruas de Jerusalém, por causa da fome e da guerra. E não haverá ninguém para sepultá-los, nem para sepultar as suas mulheres, os seus filhos e as suas filhas. Despejarei sobre eles o castigo que merecem.”

2) Castigo para o povo que se afastou de Deus = Jeremias 16:4
“Eles morrerão de doenças graves; ninguém pranteará por eles; não serão sepultados, mas servirão de esterco para o solo. Perecerão pela espada e pela fome, e os seus cadáveres serão o alimento das aves e dos animais.”

3) Castigo para faraó e o Egito = Ezequiel 29:5
“Deixarei você no deserto, você e todos os peixes dos seus regatos. Você cairá em campo aberto e não será recolhido nem sepultado. Darei você como comida aos animais selvagens e às aves do céu.”


• A sepultura apresentada como uma etapa da nossa Redenção em Cristo
Algumas passagens das Escrituras apresentam a sepultura como uma etapa da redenção final dos filhos de Deus. A salvação proporcionada por Cristo engloba a redenção do poder da morte e figurativamente da sepultura onde nossos corpos são colocados aguardando a redenção. Vejamos.

1) Jó fala sobre a sepultura como refúgio = Jó 14:13
“Se tão-somente me escondesses na sepultura e me ocultasses até passar a tua ira! Se tão-somente me impusesses um prazo e depois te lembrasses de mim!”

2) A oração de Ana quando consagrou seu filho Samuel (o profeta) junto ao sacerdote Eli para o serviço de Deus = I Samuel 2: 6.
“O Senhor mata e preserva a vida; ele faz descer à sepultura e dela resgata.”

3) O Salmista fala em ser redimido após seu sepultamento. A sepultura está nos seus planos também = Salmos 49:15
“Mas Deus redimirá a minha vida da sepultura e me levará para si.”

4) Davi diz que Deus estará com ele em sua sepultura = Salmos 139:8
“Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás.”

5) O livramento do poder da sepultura faz parte dos planos de Deus = Oséas 13:14
  “Eu os redimirei do poder da sepultura; eu os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as suas pragas? Onde está, ó sepultura, a sua destruição?”

6) O livramento do poder da sepultura faz parte dos planos de Deus = Jonas 2:6
“Afundei até chegar aos fundamentos dos montes; à terra embaixo, cujas trancas me aprisionaram para sempre. Mas tu trouxeste a minha vida de volta da sepultura, ó Senhor meu Deus!”

7) Paulo compara o sepultamento com nossa declaração no batismo sobre morrermos para esse mundo para revivermos para Cristo = Romanos 6:4
“Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova.”

8) A mesma comparação é feita em outra carta de Paulo = Colossenses 2:12
“Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.”


• Na vida futura receberemos novos corpos
Nas Escrituras aprendemos que receberemos na vida futura, quando Cristo retornar para reinar, um corpo glorificado tal como o do Senhor Jesus ressurreto. Vejamos.

1) Paulo fala dos que “dormiram em Cristo”, como que indicando que nossos corpos dormem nas sepulturas. Além disso, fala da importância da ressurreição como alicerce de nossa fé cristã = I Coríntios 15:12-18
“Ora, se está sendo pregado que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como alguns de vocês estão dizendo que não existe ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou; e, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm. Mais que isso, seremos considerados falsas testemunhas de Deus, pois contra ele testemunhamos que ressuscitou a Cristo dentre os mortos. Mas se de fato os mortos não ressuscitam, ele também não ressuscitou a Cristo. Pois, se os mortos não ressuscitam, nem mesmo Cristo ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados. Neste caso, também os que dormiram em Cristo estão perdidos.”

2) Paulo fala sobre a esperança da ressurreição “daqueles que dormiram” e que o último inimigo a ser destruído é a morte = I Coríntios 15:19-26
“Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de compaixão. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dentre aqueles que dormiram. Isto é, os primeiros frutos. Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados. Mas cada um por sua vez: Cristo, o primeiro; depois, quando ele vier, os que lhe pertencem. Então virá o fim, quando ele entregar o Reino a Deus, o Pai, depois de ter destruído todo domínio, autoridade e poder. Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte.

3) Paulo explica a natureza do novo corpo que recebemos a partir da semente semeada que é o nosso velho corpo = I Coríntios 15:35-49
“Mas alguém pode perguntar: “Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo virão?” Insensato! O que você semeia não nasce a não ser que morra. Quando você semeia, não semeia o corpo que virá a ser, mas apenas uma simples semente, como de trigo ou de alguma outra coisa. Mas Deus lhe dá um corpo, como determinou, e a cada espécie de semente dá seu corpo apropriado. Nem toda carne é a mesma: os homens têm uma espécie de carne, os animais têm outra, as aves outra, e os peixes outra.  Há corpos celestes e há também corpos terrestres; mas o esplendor dos corpos celestes é um, e o dos corpos terrestres é outro. Um é o esplendor do sol, outro o da lua, e outro o das estrelas; e as estrelas diferem em esplendor umas das outras. Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder; é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Assim está escrito: “O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente”; o último Adão, espírito vivificante. Não foi o espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o espiritual. O primeiro homem era do pó da terra; o segundo homem, dos céus. Os que são da terra são semelhantes ao homem terreno; os que são dos céus, ao homem celestial. Assim como tivemos a imagem do homem terreno, teremos também a imagem do homem celestial.”

4) Paulo revela sobre o momento que nossos corpos serão transformados em corpos incorruptíveis de maneira miraculosa = I Coríntios 15:50-55
“Irmãos, eu lhes declaro que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem o que é perecível pode herdar o imperecível. Eis que eu lhes digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. Pois é necessário que aquilo que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal, se revista de imortalidade. Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: “A morte foi destruída pela vitória” “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?”

4) Jesus afirmou a ressurreição universal dos corpos = João 5:28-29
"Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação"

5) João escreve sobre o julgamento desses mortos = Apocalipse 20-12
"E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras"


•Indicativos contra a cremação na Palavra de Deus 
Queimar corpos (vivos) era um ato apresentado como repugnante ao Senhor, assim como também expressão do juízo de Deus. Vejamos.

1) Vários rituais que queimavam pessoas foram condenados por Deus.
Deuteronômio 12:31 - “Não adorem o Senhor, o seu Deus, da maneira como fazem essas nações, porque, ao adorarem os seus deuses, elas fazem todo tipo de coisas repugnantes que o Senhor odeia, como queimar seus filhos e filhas no fogo em sacrifícios aos seus deuses.”
2 Reis 16:3 - “Andou nos caminhos dos reis de Israel e chegou até a queimar o seu filho em sacrifício, imitando os costumes detestáveis das nações que o Senhor havia expulsado de diante dos israelitas.”  
2 Reis 17:17 - “... queimaram seus filhos e filhas em sacrifício. Praticaram adivinhação e feitiçaria e venderam-se para fazer o que o Senhor reprova, provocando-o à ira.”  
2 Reis 21:6 - “Chegou a queimar o próprio filho em sacrifício, praticou feitiçaria e adivinhação e recorreu a médiuns e a quem consultava os espíritos. Fez o que o Senhor reprova, provocando-o à ira.”
2 Crônicas 28:3 - “Queimou sacrifícios no vale de Ben-Hinom e chegou até a queimar seus filhos em sacrifício, imitando os costumes detestáveis das nações que o Senhor havia expulsado de diante dos israelitas.”
2 Crônicas 33:6 - “Chegou a queimar seus filhos em sacrifício no vale de Ben- Hinom; praticou feitiçaria, adivinhação e magia, e recorreu a médiuns e aos que consultavam os espíritos. Fez o que o Senhor reprova, provocando-o à ira.”
Jeremias 7:31 - “Construíram o alto de Tofete no vale de Ben-Hinom, para queimarem em sacrifício os seus filhos e as suas filhas, coisa que nunca ordenei e que jamais me veio à mente.”
Jeremias 19:5 - “Construíram nos montes os altares dedicados a Baal, para queimarem os seus filhos como holocaustos oferecidos a Baal, coisa que não ordenei, da qual nunca falei nem jamais me veio à mente.”
Amós 6:10 - “E se um parente que tiver que queimar os corpos vier para tirá-los da casa e perguntar a alguém que ainda estiver escondido ali: “Há mais alguém com você?”, e a resposta for: “Não”, ele dirá: “Calado! Não devemos sequer mencionar o nome do Senhor”. ”

2) O juízo de Deus muitas vezes é manifesto pelo fogo. Assim o queimar no fogo, remete à condenação.
Gênesis 19:24 – “Então o Senhor, o próprio Senhor, fez chover do céu fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra.”
Levítico 10:1 - “Nadabe e Abiú, filhos de Arão, pegaram cada um o seu incensário, nos quais acenderam fogo, acrescentaram incenso, e trouxeram fogo profano perante o Senhor, sem que tivessem sido autorizados.Então saiu fogo da presença do Senhor e os consumiu. Morreram perante o Senhor.”
Números 11:1 – “Aconteceu que o povo começou a queixar-se das suas dificuldades aos ouvidos do Senhor. Quando ele os ouviu, a sua ira acendeu-se e fogo da parte do Senhor queimou entre eles e consumiu algumas extremidades do acampamento.”
Números 16:35 – “Então veio fogo da parte do Senhor e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam incenso.”
Números 26:10 – “A terra abriu a boca e os engoliu juntamente com Corá, cujos seguidores morreram quando o fogo devorou duzentos e cinqüenta homens, que serviram como sinal de advertência.”
Deuteronômio 4:24 - “Pois o Senhor, o seu Deus, é Deus zeloso; é fogo consumidor.”
Josué 7:15 - "Aquele que for pego com as coisas consagradas será queimado no fogo com tudo o que lhe pertence. Violou a aliança do Senhor e cometeu loucura em Israel!".
Josué 7:25 – Acã e sua família são cremados após serem executados por haverem pecado contra o Deus de Israel.
“Então Josué, junto com todo o Israel, levou Acã, bisneto de Zerá, e a prata, a capa, a barra de ouro, seus filhos e filhas, seus bois, seus jumentos, suas ovelhas, sua tenda e tudo o que lhe pertencia, ao vale de Acor. Disse Josué: “Por que você nos causou esta desgraça? Hoje o Senhor lhe causará desgraça”. E todo o Israel o apedrejou, e depois apedrejou também os seus, e queimou tudo e todos eles no fogo. Sobre Acã ergueram um grande monte de pedras, que existe até hoje. Então o Senhor se afastou do fogo da sua ira. Por isso foi dado àquele lugar o nome de vale de Acor, nome que permanece até hoje.”
2 Reis 1:10 – “Elias respondeu ao oficial: “Se sou homem de Deus, que desça fogo do céu e consuma você e seus cinqüenta soldados!” E desceu fogo do céu e consumiu o oficial e seus soldados.”
1 Coríntios 3:15 – “Se o que alguém construiu se queimar, esse sofrerá prejuízo; contudo, será salvo como alguém que escapa através do fogo.”
Apocalipse 16:8 – “O quarto anjo derramou a sua taça no sol, e foi dado poder ao sol para queimar os homens com fogo.”


• O que observamos na história desde a igreja primitiva até hoje
A Igreja primitiva seguiu o costume judaico de respeito e cuidado com os corpos dos mortos. Nos primeiros dias da Igreja, após o recebimento do Espírito Santo, de acordo com a promessa de Deus, que foi manifesto a todos no dia de pentecoste, após a exaltação de Jesus, começa a ser ensinado que o corpo do cristão é o templo do Espírito Santo e, como tal, deveria ser respeitosamente sepultado. Vejamos.

I Corintios 3:16 - "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?"
I Corintios 6:19 - "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?"
Os cristãos primitivos procuravam sepultar os seus mortos num mesmo lugar, dando a esse lugar o título de cemitério, cujo significado é dormitório. Os corpos dos santos dormiam (Mateus 27:52) e todos, mortos nessa esperança, aguardavam a volta de Cristo, quando, então, juntos, iriam ressuscitar (l Corintios 15:51-55) (Fonte: Natanel Rinaldi).
Os primeiros cristãos, com grande êxito, proclamavam o evangelho de Jesus Cristo e, como parte da pregação, anunciavam a ressurreição de Jesus e deles próprios. Isso incomodava os pagãos contemporâneos desses cristãos. Assim, levantou-se entre eles a idéia de que destruindo a crença na ressurreição anulariam a esperança dos cristãos na ressurreição. Entre estes, então, começou o costume de cremar os corpos. (Fonte: Natanel Rinaldi)
Ainda antes do início do Cristianismo algumas sociedades da antiguidade o costume da cremação fazia parte do cotidiano da população, por se tratar de uma medida prática e higiênica. Alguns povos utilizavam a cremação para rituais fúnebres: os gregos, por exemplo, cremavam seus cadáveres por volta de 1.000 A.C. e os romanos, seguindo a mesma lista de tradição, adotaram a prática por volta do ano 750 A.C. A cremação era um ritual sagrado, proibido aos suicidas; crianças que ainda não possuíam dentição e pessoas atingidas por relâmpagos, porque tinham a convicção de que esses contaminariam o fogo. Em países nórdicos, acreditavam que a cremação era um ritual exclusivo para líderes e chefes de comando. (Fonte: Wikipedia e L.Formolo)
A cremação é de fato uma antiga prática pagã. Tanto os pagãos Gregos quanto os Romanos praticavam a cremação, mas devem seguir os cristãos a prática do paganismo ou os ensinos da inspirada Escritura? Por seguir a prática pagã ao invés da Palavra de Deus tem sempre trazido resultados terríveis sobre aqueles que fizeram isso. Lembre o que aconteceu quando Davi procurou levar a Arca da Aliança conforme fizeram os Filisteus ao invés de levá-la na maneira que Deus determinou em Sua Palavra (II Samuel 6:1-11). (Fonte: Royce Smith)
No Japão, a cremação foi adotada com o advento do Budismo, em 552 D.C, importado da China. Como em outras localidades, ela foi aceita primeiramente pela aristocracia e a seguir pelo povo. Incentivados pela falta de lugares para sepultamento, pois o Japão possui pouquíssimo espaço territorial, os japoneses incrementaram significativamente a prática. Em 1867, foi promulgada uma lei que tornava obrigatório incinerar as pessoas mortas por doenças contagiosas para um controle sanitário eficaz e eficiente, bem como para racionalizar e obter melhor uso da terra. (Fonte: Wikipedia)
A primeira tentativa nos tempos modernos para anular a fé dos cristãos na ressurreição dos corpos foi adotar a prática da cremação. Tal medida foi tomada durante a revolução francesa, pelo Diretório Francês, no quinto ano da República, a fim de desmoralizar a crença dos cristãos na ressurreição dos mortos. (Fonte: Natanel Rinaldi)
Historicamente o Protestantismo, o Judaísmo Ortodoxo e o Islamismo em geral não recomendam a cremação. Mas a Igreja Católica, após séculos de reprovação à cremação, passou a permiti-la caso não realizada apenas com a intenção materialista - que reduz a realidade ao que os sentidos podem apreender e o homem a um corpo -, de negação da ressurreição dos corpos. O Vaticano a reconheceu como prática de sepultamento em 1963, em documento oficial na Instituição do Escritório Sagrado e atualmente o ritual de despedida inclui a cremação. Quanto ao Budismo, alguns acreditam que o próprio Buda foi cremado, adotando-se dessa forma como o próprio exemplo. (Fontes: Wikipedia e L.Formolo)
A cremação é a pratica comum tanto no Budismo como no Hinduísmo. Nenhumas dessas religiões acreditam em ressurreição, nem aqueles que praticam tal religião desejam ser ressuscitados. Ambas acreditam em alcançar o Nirvana no qual a alma está liberta de muitas reencarnações e absolvidas da inexistência. Que alvo é esse de tornar nada?!  A cremação, portanto é compatível com esta crença, mas não é consistente com a crença na ressurreição. Na Índia, por exemplo, os cristãos enterram seus mortos para testemunhar a sua crença que a ressurreição é aguardada, algo diferente do que é ensinado pelo Hinduismo. Deste modo, cristãos na Índia consideram que a cremação é uma prática idólatra e a inumação, ou o enterro, é uma prática cristã. (Fonte: Royce Smith)
A cremação é a opção preferida do humanismo secular. Entre 1876 e 1884 houve somente 28 registros de cremação nos Estados Unidos. Durante as décadas de 1960-1979 começaram a ocorrer muitas mudanças em sua cultura no tempo da instabilidade social que foram incentivadas pelas doutrinas do humanismo secular, que diz que o homem comum não deve nenhuma explicação a uma força maior ou Deus. Dessa doutrina da autonomia humana têm vindo tanto a aceitação do aborto quanto a prática da cremação. O direito a fazê-los é reivindicado pela falsa concepção de que seus corpos pertencem a si mesmos e podem fazer o que bem entender deles. Consequentemente, no ano de 1977, 7% de todos os corpos humanos nos Estados Unidos eram reduzidos a fragmentos de ossos e cinzas pela cremação. Em 1993, esta porcentagem aumentou a aproximadamente 20%. Esta porcentagem continuará aumentando enquanto norte americanos rejeitarem o Cristianismo Bíblico e adotarem o pensamento chamado Nova Era, que não é nada mais do que o velho paganismo de Hinduísmo e Budismo trajando nova aparência. (Fonte: Royce Smith)
Nos dias atuais, aqueles que geralmente pedem em vida para terem seus corpos cremados são pessoas revoltadas contra Deus. Manifestam, desse modo, insatisfação com essa figura medonha que é a morte, e concluem que, através da morte, tudo se acaba. Vivem dentro do conceito pagão sustentado, já nos dias de Paulo, pelos filósofos pagãos: "Comamos e bebamos, que amanhã morreremos" (1 Co 15.32). Para os tais que assim pensam, a morte é o fim de tudo, o corpo é apenas o pó da terra e o espírito não passa do fôlego que respiramos e que se reintegra ao ar atmosférico. Assim, o seu protesto diante desse modo de pensar é pedir que seus corpos sejam cremados. Apenas uma pequena exceção aceita a cremação fora desse conceito de transitoriedade do ser humano. (Fonte: Natanel Rinaldi)


• Artigo de David W. Jones, em The Journal of the Evangelical Theological Society (JETS)
O teólogo e professor de ética cristã no Southeastern Baptist Theological Seminary, publicou um artigo na revista acadêmica JETS, em junho de 2010, intitulado “To Bury or Burn? Toward an Ethic of Cremation”, onde apresenta uma visão semelhante aquela aqui apresentada. Nesse artigo após revisar aspectos históricos, bíblicos e teológicos sobre o tema D. W. Jones conclui:
1) Na história da igreja observa-se considerável oposição contra a cremação e que a prática comum na igreja foi sempre o sepultamento.
2) Embora as Escrituras silenciem sobre o tema, os exemplos dos personagens e das passagens bíblicas sugerem orientação pro-sepultamento.
3) O corpo é teologicamente significante, assim tantos o ato como o significado do tratamento dado ao falecido devem ser cuidadosamente considerados.
Por fim, Jones argumenta que para os crentes em Cristo, os funerais devem ser eventos centrados em Cristo, testificando a mensagem e esperança do Evangelho.


• Conclusão
Jamais alguém poderia afirmar que a cremação irá impedir a ressurreição dos corpos dos cristãos. Um exemplo da história é o caso dos cristãos mortos em fogueiras como primórdios do cristianismo, quando o imperador Nero, o responsável pelo incêndio, acusou os servos de Deus de terem cometido tal crueldade na cidade de Roma. Na ocasião, os cristãos presos em estacas tiveram seus corpos betumados, morrendo carbonizados. (Fonte: Natanel Rinaldi)
No entanto, pautar a vida de acordo com o ensino da Escrituras é a prática que o cristão maduro e fiel deve sempre buscar. Leiamos Salmos 19:7-14.
“ A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes.
  Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos.
  O temor do Senhor é puro, e dura para sempre. As ordenanças do Senhor são verdadeiras, são todas elas justas.
  São mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro; são mais doces do que o mel, do que as gotas do favo.
  Por elas o teu servo é advertido; há grande recompensa em obedecer-lhes.
  Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que desconheço!
  Também guarda o teu servo dos pecados intencionais; que eles não me dominem! Então serei íntegro, inocente de grande transgressão.
  Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a ti, Senhor, minha Rocha e meu Resgatador!”

Fontes citadas:
Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional em http://www.bibliaonline.net/?lang=BR
Daid W. Jones em http://thegospelcoalition.org/blogs/justintaylor/files/2010/07/Jones-To-Bury-or-Burn_JETS.pdf
Natanel Rinaldi em  http://www.icp.com.br/44materia2.asp
L.Formolo em http://www.lformolo.com.br/cremacao_historia.php
Royce Smith em http://www.palavraprudente.com.br/estudos/royce_smith/miscelania/cap01.html
Wikipedia em http://pt.wikipedia.org/wiki/Crema%C3%A7%C3%A3o