sábado, 23 de setembro de 2017

Li, gostei e recomendo #048 >>> A Arte e a Bíblia (Francis A. Schaeffer)

Nesse momento que se discute a depravação de costumes retratada em obras de arte expostas até mesmo para o público infantil, convém que os cristãos genuínos reflitam sobre a arte e seu poder em difundir cosmovisões, que acabam por influenciar toda uma sociedade, hoje tão deficiente de líderes que apontem com equilíbrio e amor para a verdadeira fonte de sabedoria, beleza e bondade: o nosso Senhor Jesus Cristo.  Nesse contexto, coloco aqui para apreciação os ensinos de Francis Schaeffer em seu livro A Arte e a Bíblia.

O livro foi lançado em 1973 e revisado em 2006, mas só publicado em português em 2010 pela Editora Ultimato. Schaeffer procura demonstrar que criamos a partir de uma determinada cosmovisão e que é nossa responsabilidade alinhar este ponto de vista com as Escrituras, de maneira que o senhorio de Cristo esteja presente em cada aspecto da vida criativa dos artistas cristãos. O autor sustenta que o cristão deve usar a arte para glorificar a Deus, não simplesmente como propaganda evangelística, mas como algo belo para a glória de Deus. Ao contrário do que alguns pensam, a Bíblia condena a "adoração" à arte, mas não a "produção" da arte. Tal fato Francis Schaeffer expõe na primeira parte do livro, por meio de várias passagens nas Escrituras.

Numa segunda parte, o autor apresenta algumas perspectivas sobre a arte: (1) Uma obra de arte tem valor em si mesma; (2) As formas de arte fortalecem a cosmovisão, não importa qual seja a cosmovisão nem se ela é verdadeira ou falsa; (3) Em todas as formas de escrita, seja poesia ou prosa, o fato de haver uma continuidade ou descontinuidade em relação às definições padrões das palavras na sintaxe padrão faz bastante diferença; (4) O fato de algo ser uma obra de arte não o torna sagrado; (5) Existem quatro padrões básicos para uma obra de arte: excelência, validade, conteúdo intelectual (a cosmovisão comunicada) e integração entre a excelência técnica e o veículo; (6) As formas de arte podem ser utilizadas para todo tipo de mensagem, da pura fantasia à história detalhada; (7) Os estilos artísticos mudam e nada há de errado nisso; (8) Não existe um bom estilo e um mau estilo; (9) A cosmovisão cristã pode ser dividida em um tema maior ou um tema menor; (10) A arte cristã não é, de forma alguma, sempre religiosa, isto é, uma arte que lida com temas religiosos; (11) Todo artista enfrenta dificuldade de fazer uma obra de arte individual bem como de desenvolver seu conjunto de obras.

Termino esse relato com as últimas frases de Francis Schaeffer nesse seu livro: "Nenhuma obra de arte é mais importante que a própria vida do cristão e todo cristão deve se preocupar em ser um artista nesse sentido. Ele pode não ter o dom da escrita, nem da composição ou do canto, mas toda pessoa tem o dom da criatividade no que diz respeito à forma como vive sua vida. Nesse sentido, a vida do cristão deve ser uma obra de arte. A vida do cristão deve ser algo verdadeiro e belo em meio a um mundo perdido e desesperado."