sábado, 13 de outubro de 2018

Li, gostei e recomendo (com ressalvas) #049 >> Cristianismo e Política


Já faz algum tempo que li “Cristianismo e Política”, de Robinson Cavalcanti, da Editora Ultimato. Embora o posicionamento do autor tendesse um pouco para a esquerda, tendo vivido em outro momento da política nacional, seu livro apresenta informação e ideias que podem nos ajudar em nossa reflexão sobre uma cosmovisão cristã acerca de nossa responsabilidade como cristãos e como cidadãos. Afinal como ele diz em seu livro: “O apolítico não tem como deixar de ser político, só que o é pessimamente”. 

O livro nos traz reflexões sobre a história e a relação entre governos e religiões. Por exemplo, muito embora não houvesse intenção política na ação dos reformadores, observa-se que grande parte da expansão do protestantismo deveu-se à uma situação política favorável em alguns países preparada pela providência divina. Dessa maneira, em última instância o Senhor Deus pode ser “lembrado” em nossas orações para termos governantes que sejam benignos para com os seguidores da fé cristã que confessamos. 

O livro trata também, dentre outros temas, da necessidade de uma ação política por parte dos cristãos. Destaca que cabe à Igreja um ministério de intercessão pelo país, pelos que estão no poder e pelos problemas que afligem o povo. Ao lado da proclamação e ensino do Evangelho, e encarnando a consciência moral da nação, a Igreja deve posicionar-se diante de ideias e ações que contrariem a vontade de Deus. Cristãos, sejam líderes ou liderados devem exercer uma cidadania responsável, informando-se sobre os caminhos políticos em pauta na vida contemporânea e agirem em prol de políticas públicas democráticas que atendam às necessidades dos mais pobres, à garantia da paz social e ao equilíbrio nas atividades econômicas. 

Obviamente, a Igreja deve evitar opções partidárias, e promover a manutenção de uma atmosfera fraternal e de mútuo respeito entre os irmãos de pensamento divergente. Por outro lado, existe a necessidade de termos uma posição cristã acerca dos valores espirituais na vida pública, e atentarmos para a batalha entre o Reino de Deus e o reino da perdição. Dessa maneira, toda e qualquer mobilização deve começar de joelhos. Que sejamos cristãos melhores em nossa prática cidadã em nosso Brasil, nesses dias tão difíceis!