terça-feira, 27 de abril de 2010

Lí, gostei e recomendo #016 >>> A Fé na Era do Ceticismo: como a razão explica as crenças divinas

Os ocidentais leigos se sentem incomodados pelas doutrinas cristãs sobre inferno, mas apreciam o ensinamento bíblico sobre oferecer a outra face e perdoar os inimigos.

...Nas sociedades tradicionais, o ensinamento sobre “oferecer a outra face” não faz sentido algum, indo de encontro às noções mais profundas do que é certo. Para estes a doutrina de um Deus juiz, porém não apresenta qualquer problema. Essa sociedade vê com repulsa os aspectos do Cristinanismo que os ocidentais apreciam e é atraída pelos aspectos que os ocidentais leigos não toleram.

...Por que a suscetibilidade cultural ocidental deve ser o foro decisivo para julgar a validade do Cristinanismo? ... Por que as objeções que sua cultura faz ao Cristianismo devem se impor sobre as de outra?

...Imaginemos, hipoteticamente, que o Cristianismo não seja o produto de qualquer cultura, mas, com efeito, a verdade transcultural de Deus. Nesse caso, seria de esperar que ele contradissesse e ofendesse toda e qualquer cultura em algum momento, pois as culturas humanas são mutáveis e imperfeitas. Se o Cristianismo fosse a verdade, teria que ser ofensivo e corretor de suas idéias em algum ponto. Talvez o ponto esteja aí, na doutrina cristã do juízo divino.

...Hoje muitos céticos dizem que são incapazes de acreditar no Deus da Bíblia, que castiga e julga os humanos, porque “acreditam num Deus de Amor”. Pergunto, agora, o que os faz pensar que Deus é Amor? Será que podem olhar para a vida do mundo atual e dizer: “Isto prova que o Deus do mundo é um Deus de Amor” ? Será que podem olhar para a História e dizer: “Tudo isso demonstra que o Deus da História é um Deus de Amor”? Será que podem ler os textos religiosos do mundo e concluir que Deus é um Deus de Amor?

...Sou forçado a concluir que a fonte da noção de que Deus é Amor seja a própria Bíblia. E a Bíblia nos diz que o Deus de Amor é também um Deus juíz que reparará tudo o que é mundano no final.

* Extraído do livro “A Fé na Era do Ceticismo: como a razão explica as crenças divinas”, de Timothy Keller, Editora Campus.

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